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Não Lido 31/01/2011, 01:48:23   #1
riso
Usuário Diamante
 
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Padrão As telas touchscreen podem estar chegando ao fim. Saiba por quê.

Escassez da matéria-prima utilizada nas telas pode ocorrer em poucos anos. Será que estamos preparados para encontrar alternativas?

Elas estão por todos os lados. Os smartphones e tablets conquistam cada dia mais fãs por causa de um dispositivo que possuem: as telas sensíveis ao toque. O que já foi um grande desafio para as fabricantes, hoje funciona com primor para as mais diversas necessidades e garante que os usuários não precisem de teclados QWERTY e mouses para comandar os aparelhos.
O que pouca gente sabe é que o processo de fabricação de telas deste tipo demanda a utilização de elementos que não são muito abundantes na natureza. É possível que as telas como conhecemos hoje sejam eliminadas do mercado para a chegada de novas tecnologias, mas ainda não se sabe se existe alguma forma de reproduzir a mesma qualidade de resposta que os dispositivos atuais nos mostram.

A importância destas telas
Sensibilidade ao toque é um avanço que trouxe uma série de vantagens para os usuários. Antes, todas as ações precisavam ser comandadas por digitações ou cliques, o que não é um problema em computadores, mas para aparelhos menores pode ser um fator de complicação.

A chegada do touchscreen trouxe uma nova gama de possibilidades. Telas maiores (com teclados virtuais) no lugar de teclados QWERTY oferecem melhores resoluções para vídeos e jogos. Quem acha que jogar com poucos botões é complicado, precisa conhecer as facilidades que o touchscreen oferece, como a virtualização de botões (vários jogos para iOS utilizam este recurso).

Outra palavra que merece destaque é: intuitividade. Apenas clicando sobre os ícones ou funções dos aplicativos, é muito mais simples do que utilizar teclas de um teclado numérico para comandar os softwares. Principalmente porque alguns usuários possuem dificuldades para associar números a controles direcionais, por exemplo.

Quais os materiais envolvidos?
Quem pensa que as telas sensíveis ao toque são limitadas à camada de LCD está muito enganado. Muitos outros materiais estão relacionados à fabricação deste tipo de dispositivo, incluindo capacitores e resistores microscópicos, responsáveis pelo reconhecimento dos gestos dos usuários e controle das funcionalidades.

Independente da tecnologia empregada (touchscreen capacitivo: iPhone e Galaxy Tab; resistivo: LG Optimus), as empresas de fabricação de telas sensíveis ao toque utilizam a mesma base de produção: Óxido de Índio-Estanho (OIE). Este elemento é composto principalmente por Índio, um substrato da mineração de chumbo e zinco.

Fragilidade e condutividade
O Óxido de Índio-Estanho causa muitas discussões por parte dos engenheiros eletrônicos e projetistas de produtos que demandam telas sensíveis. Por serem demasiadamente frágeis, é bastante difícil trabalhar com grandes porções deste material, causando desconforto e insegurança por parte das fábricas.

Por outro lado, o OIE é aclamado pelas montadoras de smartphones e tablets, pois até o momento não são conhecidos materiais que apresentem as mesmas propriedades de condutividade e opacidade para permitir que a luz seja emitida com qualidade e que o tempo de resposta dos toques sejam satisfatórios.

Isso ocorre porque o OIE oferece boa condutividade elétrica para garantir baixos tempos de resposta entre comandos e execução das ações. Isso soma-se à transparência que permite a permeabilidade de luz para que a qualidade das imagens emitidas não sofram a interferências, o que aconteceria se outros metais fossem utilizados.

Previsões de escassez
Assim como grande parte dos minerais valiosos da Terra, o Índio também vê suas reservas sendo diminuídas a cada dia, o que significa que em alguns anos não existirá mais a abundância do material. É claro que ainda podem ser descobertas novas fontes para a matéria-prima do OIE, mas as perspectivas não são muito otimistas.

Estima-se que grande parte das reservas de índio estejam localizadas na China, que controla o volume de exportações e utilização do produto há anos. Cálculos de pesquisadores da Universidade de Yale dão informações de que até 2020 não será mais possível utilizar o OIE em escala comercial, devido à escassez.
Há ainda uma enorme quantidade de Índio que não é aproveitada, pois mineradoras de chumbo e zinco nem sempre realizam as maneiras corretas para coletar os substratos de suas atividades. Esse desperdício pode custar caro nos próximos anos.

Quem seria afetado?
Todo mundo. Essa é a grande verdade, todo o mercado da tecnologia seria afetado se estas suspeitas forem confirmadas. Tablets e smartphones estão dominando o mercado e tirando até mesmo algumas parcelas de netbooks e notebooks, o que demanda muita capacidade da indústria de telas.
Mas não apenas os portáteis. Os sistemas operacionais para computadores estão cada vez mais próximos da compatibilidade total com comandos por toque na tela, o que significa que computadores maiores podem precisar da mesma tecnologia já nos próximos anos. O problema é que computadores maiores utilizam mais OIE, o que pode acelerar o esgotamento do produto.

Existem substitutos?
Sempre que algum material essencial para determinado tipo de aparelho chega próximo do esgotamento, toda a indústria relacionada a ele passa a buscar novas formas de continuar produzindo seus bens de consumo. Não poderia ser diferente com este mercado tão aquecido, logo, já começaram a ser buscados substitutos para o OIE.

Óxido de cádmio
Como ainda não são conhecidas formas de deixar o OIE totalmente de lado, uma opção que alguns pesquisadores estão cogitando é a utilização de Óxido de Cádmio. Esse composto é quase tão transparente quanto o Óxido de Índio-estanho e ainda com maior capacidade de condução.
Mas é bastante instável, deteriorando-se rapidamente. A forma de lutar contra isso é colocando cerca de 20% de OIE na composição, apenas o suficiente para criar uma película de proteção sobre o outro material, que ainda apresenta outros problemas bastante graves em relação ao meio-ambiente.

Óxido de Cádmio é um composto muito tóxico que demanda muitos cuidados na manipulação e, principalmente, no encaminhamento dos resíduos dos produtos. Estes problemas, se somados, mostram que o cádmio ainda não é uma opção viável para as telas touchscreen.

Nanomateriais de carbono
Se existe um elemento versátil, este elemento é o carbono. São inúmeras as possibilidades de subprodutos que podem ser criados com a alteração de algumas propriedades dele. Com isso, muitos estão pensando em utilizar o grafeno: composto carbônico que é fabricado em folhas e pode representar transistores de apenas 1 micrômetro.

Por ser finíssimo, o grafeno também oferece pouca opacidade, ou seja, permite a permeabilidade de luz, o que é essencial para uma superfície touchscreen. Logicamente essa tecnologia ainda é bastante cara, deixando poucos fabricantes empolgados com a utilização do material em seus aparelhos.

Mas o que anima os investidores é o fato de que no futuro é possível que haja uma equiparação nos valores cobrados por aparelhos com touchscreen OIE e aparelhos com nanotubos de carbono. Isso ocorrerá porque as telas OIE vão subir de valor na mesma velocidade com que o material vai se esgotando.

Somando isso ao constante crescimento do segmento do carbono (e a consequente queda nos preços), em alguns anos pode haver uma similaridade nos valores. Com isso, estas novas tecnologias tomarão, gradativamente, o lugar das tecnologias antigas no mercado tecnológico, até que o OIE não faça mais falta nos aparelhos.

Isso significa um aumento nos preços dos aparelhos?
Não necessariamente. Por mais que as telas possam ganhar alguns dólares a mais na fabricação, é importante notar que outros componentes de hardware dos dispositivos eletrônicos estão cada vez mais baratos. Processadores, memória e sistema operacional ganham mais funcionalidades e, devido ao volume de vendas, têm seus valores diminuídos.

Será que serão encontradas fontes de Índio para a fabricação do OIE em larga escala antes de ocorrer uma escassez? As indústrias de telas e mineradoras não poupam esforços para encontrar alternativas que possam garantir a qualidade na resposta aos toques, sempre buscando formas de manter os preços para não esfriar o mercado.
Imagens Anexadas
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POLOCELL (31/01/2011)
 


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